"A vida me deu mais do que pedi e mereci. Não me falta nada. Tenho Zélia e isso me Basta." Jorge Amado
Edição de texto: João Luz
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Um século, é muita coisa não? Mas, imagine, depois de passados esses 100 anos, uma imagem e um nome, permanecessem vivos. Hoje, a nossa postagem, é em homenagem ao centenário, daquele que é um dos maiores escritores brasileiros, e o melhor, da nossa amada terra: Bahia. O eterno Jorge Amado. Em 10 de agosto de 1912 nascia o pequeno Jorge. Foi no distrito de Ferradas município de Itabuna, sul do Estado da Bahia, que o fazendeiro de cacau João Amado de Faria e Eulália Leal Amado, viveram a alegria do nascimento de seu filho. Com um ano de idade, foi para Ilhéus, onde passou a infância. Já em Salvador, fez os estudos secundários no Colégio Antônio Vieira e no Ginásio Ipiranga. Foi nessa época, que começou a trabalhar em jornais e a participar da vida literária local. Formou-se pela Faculdade Nacional de Direito, no Rio de Janeiro foi. Militante comunista, Jorge foi obrigado a exilar-se na Argentina e no Uruguai entre 1941 e 1942, período em que fez longa viagem pela América Latina. Poucos sabem, mas Jorge Amado foi o autor da lei (que continua em vigor até hoje) que assegura o direito à liberdade de culto religioso. Nesse mesmo ano, casou-se com Zélia Gattai. Entre as viagens de ida e volta do exílio na França, junto com a família, morre sua filha Lila, no Rio de Janeiro e nasce em Praga, sua outra filha Paloma. Quando voltou ao Brasil, se dedicou integralmente a literatura. Em 6 de abril de 1961, foi convidado para a cadeira de número 23, da Academia Brasileira de Letras, que tem por patrono José de Alencar, e por primeiro ocupante, Machado de Assis.
Jorge, morreu em Salvador, no dia 6 de agosto de 2001, aos 89 anos. Seu corpo foi cremado e suas cinzas enterradas no jardim de sua residência, no boêmio bairro do Rio Vermelho.
Em 2012, muitas homenagens tem acontecido. As ruas de Salvador, onde acontece um dos carnavais mais tradicionais do Brasil, estavam decoradas com figuras que lembravam Jorge Amado, como livros, máscaras e alguns de seus personagens. Foi também em Salvador, que Daniela Mercury, se caracterizou de alguns personagens, para lembrar a comemoração. A escola paulistana Mocidade Alegre escolheu como enredo o romance "Tendas dos Milagres", que aborda a relação da cultura africana com o estado da Bahia. "Jorge, orgulho da nação; Amado, em cada coração", era cantado nas estrofes do animado samba-enredo da Mocidade. Já a escola carioca Imperatriz Leopoldinense, se inspirou nos sucessos literários de Jorge amado, como "Dona Flor e Seus Dois Maridos", "Gabriela, Cravo e Canela" e "Capitães da Areia", para elaborar seus carros alegóricos. A vida e os 33 romances de Jorge Amado, traduzidas em 42 idiomas, também serviram de base para o enredo da escola.
* Curiosidades:
- A obra literária de Jorge Amado conheceu inúmeras adaptações para cinema, teatro e televisão, além de ter sido tema de escolas de samba em várias partes do Brasil. Seus livros foram traduzidos em 49 idiomas, existindo também exemplares em braile e em novas tecnologias como os audio-books.
- A obra de Jorge Amado recebeu diversos prêmios nacionais e internacionais, alguns deles foram:Latinidade (França, 1971) , Cino Del Duca (França, 1990), Mediterrâneo (Itália, 1990), Vitaliano Brancatti (Itália, 1995), Luis de Camões (Brasil, Portugal, 1995). Recebeu títulos de Comendador e de Grande Oficial, nas ordens da Venezuela, França, Espanha, Portugal, Chile e Argentina, além de ter sido feito Doutor Honoris Causa em 10 universidades, no Brasil, Itália, França, Portugal e Israel. Jorge tinha um carinho especial pelo título de Obá, posto civil que exercia no Ilê Axé Opô Afonjá, na Bahia.
- Suas Obras: O País do Carnaval, Cacau, Jubiabá, Terras do Sem fim, A Morte e a Morte de Quincas Berro d´Água, Seara Vermelha, O Cavaleiro da Esperança, O Mundo da Paz, Os Subterrâneos da Liberdade, Gabriela Cravo e Canela, Suor, Mar Morto, São Jorge dos Ilhéus, Os Velhos Marinheiros, Os Pastores da Noite, ABC de Castro Alves, O Amor do Soldado, Bahia de Todos os Santos, A Estrada do Mar, Tereza Batista Cansada de Guerra, Farda Fardão e Camisola de Dormir.
Fontes:
Saudações, da Tripulação.